Frente Anti-Despejos - Como Continuar a Viver Aqui?

O projecto Frente Técnica Anti-Despejo foi apresentado ao BIP/ZIP com dois objectivos: por um lado, a constituição de um gabinete técnico de apoio jurídico que desse resposta a situações concretas de despejo passíveis de ser contestadas judicialmente (propusemo-nos a acompanhar 5 casos), e por outro, "o desenvolvimento de iniciativas que promovam uma maior ligação de todos quanto habitam no território, na sua diversidade, capacitando a comunidade para a tomada de decisões colectivas sobre o mesmo. Quer seja pelo acompanhamento técnico quanto à situação do edificado, e/ou pela programação de iniciativas de discussão colectiva que promovam o acesso à informação”.

Esta ideia partia da constatação de que Lisboa vive um processo violento de recomposição social, fruto da chamada Lei das Rendas, que atinge todo o inquilinato - seja habitacional ou comercial - sendo urgente encontrar respostas que pudessem contrariar esta realidade. Desejava-se encontrar formas de construção de processos de resistência e "a promoção de redes de vizinhança, geradoras de um movimento auto-organizado da comunidade, capacitando-a para a tomada de decisões sobre a vivência no território”.

Situado o projecto na área da cidade designada por Anjos, e pela sua complexidade e diferente composição social, optámos por dividir o território em duas zonas distintas (ainda que mantendo a coerência do projecto), a que demos o nome de Anjos de Cima e Anjos de Baixo, sendo a divisão feita a partir da Rua Maria Andrade.